Batizado de “Congênito”, título de um clássico de Luiz Melodia, o quinto álbum solo do músico, compositor, arranjador e produtor Ricardo Bacelar é um projeto de intérprete. É este trabalho que poderá ser visto em Salvador, no dia 25 de março (sábado), na Casa Rosa, no Rio Vermelho. O músico cearense está à frente dos vocais, em um repertório escolhido a dedo: “Busquei montar um mosaico de ritmos e reunir músicas de que eu gosto e que têm entre si uma unidade. Não quis gravar composições minhas: me apropriei do discurso, das canções, e busquei trazer releituras”, define Ricardo.
Dentre os compositores escolhidos, sete são nordestinos, como Bacelar. Os parceiros Lenine e Lula Queiroga (“O último pôr do sol”); Caetano Veloso (“A tua presença morena”); Gilberto Gil (“Estrela”); Belchior (“Paralelas”); Djavan (“Lambada de serpente”; e Chico Cesar, parceiro de Ivan Lins e Victor Martins em “Soberana Rosa”, ou “She walks this earth”, na versão para o inglês gravada em “Congênito”.
Canções de Chico Buarque (“Morena dos olhos d’água”), Adriana Calcanhotto (“Mentiras”), Jorge Mautner e Nelson Jacobina (“Maracatu Atômico”), Dori Caymmi e Paulo Cesar Pinheiro (“Estrela da terra”), a canção título de Luiz Melodia e o clássico samba-canção “É preciso perdoar” (Carlos Coqueijo/Alcyvando Luz) completam a seleção.
Não é a primeira vez que Bacelar assume sua faceta de cantor. Desde os tempos do Hanoi Hanoi, grupo que se destacou nos anos 1980 e no qual entrou aos 18 anos, ele já fazia vocais. “Nos 11 anos de estrada com o Hanoi Hanoi, aprendi muito. Era muito intenso, porque o rock é uma linguagem visceral. Em paralelo à banda fui para outros projetos, gravando e produzindo com vários artistas. Passei a compor para cinema, publicidade, teatro e televisão. Foi muito importante para o meu crescimento”, pontua.
Na construção de sua sólida carreira solo, a intimidade de Ricardo Bacelar com o microfone foi crescendo em meio a projetos instrumentais. Além dos singles “Nada será como antes”, ao lado de Delia Fischer, e “Vício elegante”, parceria com Belchior, Bacelar gravou os vocais de “Oh mana deixa eu ir” em seu elogiado álbum “Sebastiana” (2018). “Passei a praticar o canto como uma nova linguagem em meus shows. Foi um processo que veio espontaneamente: quando me vi, já estava cantando”. Avesso a rótulos, Bacelar acredita que é fundamental ter liberdade para ousar: “Nunca gostei de ficar rotulado, dentro de uma caixinha. Como toco muitos instrumentos, posso transitar pelos mundos da música instrumental, da música popular, da música erudita, e isso é muito bom”.
Além do Brasil, Ricardo Bacelar está lançando “Congênito” no exterior, com ênfase nos mercados dos Estados Unidos e Japão. Os álbuns “Sebastiana” e “Ao vivo no Rio” entraram no Top 50 de execução das rádios de jazz dos EUA. “Acho que o que chama atenção lá fora é essa carga de brasilidade da música que eu faço. A nossa cultura é riquíssima, traz muitos elementos da África, da Europa, e tem uma mistura com o jazz americano que trouxe a bossa nova”, finaliza.
O show é uma realização de Ricardo Bacelar e Íris Produções.
Ricardo Bacelar – “Congênito”
Quando: 25 de março de 2023 (sábado)
Abertura da casa: 21h
Onde: Casa Rosa (Praça Colombo, 106 – Rio Vermelho – Salvador, Bahia)
Quanto: R$ 84 (inteira) | R$ 42 (meia)
Vendas antecipadas pela Sympla: https://linktr.ee/casarosasalvador
Classificação indicativa: 16 anos